Em 2011, como indica a
placa, a Prefeitura de Macau iniciou o processo para a reforma e ampliação, nos
quartos que abrigava o Hotel Salinas e atualmente abriga as salas da UERN, do
que pomposamente denominou de Complexo Escolar de Ensino Fundamental e Superior
Monsenhor João Penha Filho. A placa dizia que a obra
seria entregue em 180 dias. A placa informava, também, o
valor: 2.023.997,88. Dois milhões, vinte e três mil, novecentos e noventa e
sete reais e oitenta e oito centavos.
Era 29 de dezembro de 2011.
Os “imprenseiros” que divulgam as notícias vindas da assessoria de comunicação
da PMM diziam:
“Complexo Educacional - Ainda na
ocasião em que entregou a Praça de Alimentação, o prefeito Flávio Veras ao lado
do secretário de Educação, Rodrigo Aladim assinou a ordem de serviço para o
início das obras de construção do Complexo Educacional Monsenhor Honório, que
vai funcionar no antigo prédio do Hotel Salinas”.
PROMESSAS
“Macau virou a página das obras acanhadas e dos remendos. Hoje a cidade é
outra, com novas obras estruturantes e mais oportunidade de trabalho e
crescimento econômico”, dizia o então secretário de Infraestrutura Kerginaldo
Pinto. A Escola Municipal Padre
João Penha Filho deixava de existir. Agora era a vez do Complexo Escolar de Ensino
Fundamental e Superior Monsenhor João Penha Filho.
Diante
da realidade atual, quando cerca de 700 alunos estão sem aulas, a fala do então
secretário e atual prefeito de Macau séria cômica se não representasse a
trágica situação dos estudantes da escola que seria um complexo...
DESASTRE
A situação da Escola Padre João Penha Filho, que seria o Complexo Monsenhor
Penha, não é “acanhada”, nem também “remendada”. É vergonhosa. É um desastre.
QUINHENTOS e quarenta e
cinco dias após o lançamento da tal ordem de serviço para a construção do Complexo
Escolar de Ensino Fundamental e Superior Monsenhor João Penha Filho, nada do
que o prefeito, o secretário de Educação, e o secretário de Infraestrutura prometeram
naquele se concretizou.
EMERGÊNCIA Na manhã desta
segunda-feira 17 de junho de 2013, quinhentos e quarenta e cinco dias depois,
emergencialmente, o secretário da Educação de Macau reuniu-se com a direção e
os membros do Conselho Escolar da Escola Padre João Penha Filho para ouvir a
complexa situação do complexo que ainda não existe.
COMPLEXA é a a situação.
Setecentos e quatro alunos estão sem aula porque a reforma e a ampliação do tal
complexo, quinhentos e quarenta e cinco dias depois, sequer chegou na metade. Quatro
salas que foram entregues em 2012 já foram interditadas, estão na iminência de
desabar, e aguardam a ordem para demolição.
O Conselho Escolar da Escola
Padre João Penha Filho, numa atitude cidadã, decidiu pela paralisação das aulas
em virtude da inexistência de um ambiente minimamente possível para atividades
escolares.
NUMA sala que ainda não sabe o que é climatização, o secretário da Educação ouviu
impotente os relatos. Experimentando o calor que os alunos experimentavam todos
os dias até a paralisação das aulas, o secretário lamentou a situação,
constatando que a situação era mesmo grave, diante do que ele ouviu e viu. E prometeu,
sem muita convicção de que seria atendido, que levaria a questão ao
conhecimento do prefeito. E disse que, quando saísse da reunião, imediatamente,
iria tomar as providências para evitar um prejuízo maior para os alunos.
UM PAI, revoltado com as promessas feitas, e com o quadro da situação
vergonhosa da escola onde o seu filho deveria estudar, disse para o secretário de Educação de Macau: “A situação é tão feia que até o solado
da minha chinela tem vergonha, dotô”.
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