DIA DO PROFESSOR - NADA A COMEMORAR
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a
posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva
e quem lucra com esse trabalho – Paulo Freire”
As felicitações
pregam a esperança (uma esperança, porém, que esconde a face vergonhosa da
acomodação, e do imobilismo e da desvalorização)...
Dos quatro cantos do
país chegam notícias assustadoras...
O poder, constituído
pelo povo, o Estado, na sua bestialidade, utiliza-se do seu braço armado para
literalmente, à força de cassetetes, gás de pimenta e ferozes cães botar por
terra todas as felicitações que as notícias eventuais trazem... E, nos quatro
contas do país o profissional da educação, o Professor, se vê diante do
imponderável: um cassetete quebrado, um policial militar fardado e a rede
social escancarando a ignomínia...
As notícias da Terra
de Hianto de Almeida, de Edinor Avelino, do incansável Benito Barros, de Gabi e
de tantos outros mestres não são diferentes há muito tempo...
O professor de Macau,
neste dia 15 de outubro não se atreve a dizer que é um dia de comemoração.
Macau e os seus
gestores desrespeitam os seus educadores! E assim desrespeitam a sociedade.
Desrespeitam a Lei do Magistério municipal, desrespeitam a Lei do Piso Salarial
Nacional. Desrespeitam assim os compromissos e as promessas, desrespeitam a
decência que deveria existir nas relações sociais entre a comunidade e a
categoria mais importante para o seu desenvolvimento. Neste dia, em que nos
felicitam como mestres, como pessoas importantes etc. e tal, Macau nos
envergonha!
Os professores da
rede estadual não sabem o que é valorização. A governadora do estado impôs uma
agenda negativa para a Educação do Rio Grande do Norte desde o seu primeiro
ato.
Em Macau, cerca de 80
professores, na cidade cuja administração tem como lema o “compromisso com o
futuro”, teve os seus pagamentos suspensos sem nenhuma justificativa da
secretaria da Educação nem do prefeito...
O professor macauense
desdobra-se para cumprir sua missão de educar em meio a esse emaranhado de
injustiça e descaso. Diante desta vergonha, diante da desvalorização, nos resta
a consciência de que não é somente o ato de Educar, de ensinar, que nos liga à
eternidade. A nossa existência como profissional da Educação é um ato de
resistência e de luta! E resta a nossa dignidade!
Dignidade para nos
alimentar na luta pela nossa valorização!
Adiante, professores
e professoras macauenses!
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