63 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem
Paris, 10 de dezembro de 1948. A ONU e todos os seus signatários, em cerimônia solene e emblemática, ainda sob o calor e a vergonha do maior conflito bélico que a humanidade já viveu, instituíam, através de uma Declaração, o Direito Universal dos Direitos Humanos.
Na sua caminhada, o hommo sapiens, dito civilizado precisou de duas grandes guerras mundiais para iniciar o despertar da letargia que a dita civilização ocidental o fez mergulhar. Era 10 de dezembro em Paris. 63 anos depois a letargia e a vergonha permanecem...
E, em pleno século XXI, quando ditadores são destituídos por força dos "Blackberry", como querem os defensores do deus Mercado, nas mãos dos jovens, quando a Guerra Fria, por conta do onipresente petróleo, dá sinais inequívocos de que nunca acabou, hibernando mais quente do que nunca; quando a mudança tão esperada pelo Harlem e pelo Black Power não aconteceu...Quase nada está diferente!
Abominamos o Muro de Berlim, assim como o medonho regime de Hitler – apoiado pela Santa Igreja Católica e parte da sociedade branca e democrática norte-americana...
63 anos depois e vemos hoje o mesmo Holocausto se repetindo agora pelas mãos das vítimas de ontem contra seus vizinhos palestinos. Abominamos a Guerra do Vietnã, assim como a Operação Condor, na nossa América do Sul. Causa-nos asco e vergonha o Holocausto nazista, assim como a fome made Monsanto que grassa o chão negro africano, pátria-mãe de toda a humanidade, e berço saqueado até a exaustão, hoje abandonado pelos senhores do mundo.
63 anos depois, tantos milhões de mortes nas guerras, tantas crianças bombardeadas pelas inteligentes armas do homem, tanta gente desempregada, sem moradia, sem alimento, sem perspectivas, e sem sonhos neste mundo que se encanta com as engenhocas digitais e suas efemeridades.
A quem recorrer? Resta a pergunta. Não há, para nós, os humanos, alternativa. A resposta, por mais paradoxal que possa aparecer, certamente surpreende. Acreditar no homem. Acreditar e lutar como Martin Luther-King, Lennon, o nosso brasileiríssimo Dr. Sócrates, Gandhi, nosso poeta amazônico Thiago de Mello, nosso macauense João Eudes, assim como tantos outros. Acreditar por um mundo digno de uma espécie quecunhou um termo hoje inexplicável: humanidade. E que os direitos do homem não fiquem apenas no papel, como fizeram os senhores do mundo logo após a sua declaração, em 10 de dezembro de 1948, em Paris.
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