O
JANTAR PEDAGÓGICO
Ao mestre com carinho...
A luta de um grupo de professores da rede pública
municipal de Macau por melhores condições de trabalho e valorização transformou-se
num marco da história da Educação do nosso município nestes últimos oito anos.
Organizados e representados pelo SINTE-RN/Regional de
Macau, os profissionais do magistério realizaram em 9 de setembro de 2011 um
dos maiores atos de protesto contra uma administração do município.
Vestidos com camisetas pretas, lutando pelo respeito
e valorização, os professores e professoras levaram ao conhecimento do público
que assistia ao desfile o quadro de descaso da administração de Macau para com
a Educação.
Hoje, com exceção das pinturas nas escolas, quase nada mudou desde
aquele desfile: a estrutura da rede física continua a mesma de 30, 40 anos. O
concurso público para preenchimento de vagas na educação continua prometido, o
prefeito foge da expressão “valorização do professor” como o diabo foge da
cruz. E mais alarmante para a categoria e para a educação é que esta continua
sendo perspectiva para a administração que começa a partir de 1º de janeiro de
2013.
Para a alegria deles, prefeito, e desonra nossa, entretanto,
pão e circo não tem faltado.
Nos últimos vinte anos, os sabidos prefeitos e seus sabidos
secretários de Educação descobriram uma forma quase perfeita, semelhante àquela
utilizado na Roma antiga, para “valorizar e reconhecer” a importância da
Educação e dos seus profissionais para o desenvolvimento do município: o
“jantar dos professores”.
Ontem, sexta 19, enquanto o cantor cantava para o professor dançar, os animadores do evento se esbaldaram em mensagens
belíssimas de encorajamento. Os brindes não
chegam a todos, mas a imensa maioria sente-se realizada quando um(a) colega
acerta os versos de uma música e ganha o prêmio...A cerveja, em lata - fato importante para se compreender tamanha anestesia - é gratuita e sobra.
Este jantar é um recorte perfeito da Educação e vem revelar o
porquê dos péssimos e vergonhosos índices nas últimas avaliações oficiais do
MEC.
E se a categoria se contenta com migalhas, não percebendo o que
está acontecendo à sua volta? E se não faz uma reflexão sobre a importância do
seu compromisso, da necessidade de ver a educação como um ato político de
formação das gerações de alunos que “passam pelas suas mãos”?
E se a categoria não consegue enxergar a situação
de desvalorização e de descaso da administração, o que se pode se esperar?
O pedagógico jantar.
E o patético espetáculo chega ao fim.
P.S: a cerveja foi em
lata. Se fosse em garrafa talvez algum professor tivesse se lembrado que o
prefeito disse em 2011 que “ia massacrar
o professor como se faz com uma tampinha
de garrafa”.
"Para a alegria deles, prefeito, e desonra nossa, entretanto, pão e circo não tem faltado."
ResponderExcluirAcho que a política de Césares e multidões sedentas de espetáculos não vem maculando apenas a educação em Macau, mas tem se espalhado como um verdadeiro germe por todo nosso país, onde o voto é obrigatório, mas a conscientização é optativa, a cegueira é mas vantajosa que a visão. #Triste!
Infelismente muitos de nossos colegas professores não se deram conta de quantos somos masacrados como uma tampinhas de garrafas, parece que não acordaram para ver a real situação da educaçao de MACAU esqueceram de nossas angustias pelos salarios defasados, das perdas salariais desde 2009, das condiçoes de trabalho em nossas escolas, da falta de merenda durante 06 meses, das paradas, ufa! de tanta luta por dignidade em nossa profissão. O melhor presente para nós seria o reconhecimento pelo nosso tabalho, que pena que vamos continuar lutando por uma educaçao pelo, quem sabe um dia o povo ACORDEEEEEEEEEEE!
ResponderExcluirCaros: Diante de tantas maselas na educação de Macau, existe uma mais agravante: A inocência ou melhor dizendo, burrisse do professor. Afinal de contas a maioria são mosoquistas, é sofrendo, apanhando e não se encherga. È, agora é sofrer por mais 04 anos, pois diante de um bom trabalho de conscientização do SINTE-MACAU, acategoria não acordou, agora soframos. Viva Flávio, Magali, Geruza, Fátima Jácome, Lampião por comprarem os votos dos professores de Macau! Divulgue!
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