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Pinóquio ou a farsa do Nossa Educação Melhor/ Macau 2020 em sete parágrafos.

De quem ri o palhaço?

Carlo Collodi, por volta de 1883, no romance As aventuras de Pinóquio, criou a personagem do bonequinho de madeira que tornou-se "humano". Pinóquio nasce pelas mãos de Gepetto, de um tronco de árvore e carrega uma maldição: não poderia, jamais, falar qualquer tipo de mentira. Se o fizesse, o nariz cresceria à medida que a mentira fosse aumentando. O nordestino tem um ditado popular que diz que "toda família tem um timote", dizendo, assim, que sempre aparece um sujeito na família para desvirtuar os valores e os bons costumes, a civilidade e o respeito tão necessário entre os indivíduos.

Em Macau, Carlo Collodi, criador do famoso bonequinho de madeira, não teria como escrever seu romance. Nossa cidade, como todas as outras, tem os seus "Pinóquios", os seus "timótes".

E, como de costume, há os que olham para estes "Pinóquios" sem a devida perspicácia, sem a devida desconfiança para o que diz estes bonecos de madeira que povoam, na ficção e na realidade, o nosso mundo.

Este texto, cabalisticamente, tem sete parágrafos. O propósito desta contagem é para falar das mentiras que o boneco de madeira andou espalhando desde que nasceu, e também para falar das outras mentiras que grassa a terra salgada das salinas, em virtude dos últimos sete anos de administração da nossa cidade.

Na última mensagem lida no plenário da Câmara de Vereadores, o prefeito municipal de Macau foi obrigado a se pronunciar sobre a questão do pagamento do Piso Salarial dos professores da rede municipal. Por três vezes o excelentíssimo tentou sustentar o insustentável. 

"Eu pago o piso! Eu pago o piso! Eu pago o piso". Em épocas de Quaresma, a história bíblica relata o fato por demais importante da negação de Pedro, quando inquirido pelos algozes romanos, se ele conhecia o homem que se dizia o Messias. Pedro negou Cristo por três vezes. Mentiu três vezes. Quando afirmou por três vezes que "paga" o piso aos professores, o prefeito também se comportou como o apóstolo.

Como  saber a verdade? Uma simples consulta a um contracheque de um professor da rede pública do município de Macau servirá para dirimir as dúvidas que porventura alguns quisessem sustentar. Nesses tempos em que as notícias dos acontecimentos são quase onipresentes, alguém em Macau ou alhures acredita no que disse o prefeito da terra das salinas? O secretário de Educação e sua diligente equipe acredita no que lhe prometeu o prefeito da terra das salinas? Os professores de Macau acreditam nas palavras do prefeito da terra das salinas? E você, Pinóquio, acredita?