domingo, 23 de outubro de 2011

Reconhecimento nacional

João Eudes Gomes, produtor cultural macauense, é premiado nacionalmente pelo Ministério da Cultura

 
João Eudes Gomes, produtor cultural.
 Foto:baúdemacau
 O Ministério da Cultura premiou dois projetos culturais no estado do Rio Grande do Norte. Um na capital, Natal, e o outro em Macau. Concorrendo com centenas de projetos, a Comunidade Norte Rio-grandense em Defesa da Cidadania, OSCIP liderada pelo produtor cultural macauense João Eudes Gomes, recebeu do Ministério da Cultura o Prêmio “Mídia Livre”. O projeto macauense premiado é o Programa Cultural “É só pra dar um toque”, veiculado pela Rádio Comunitária FM Solidariedade, dirigido por João Eudes Gomes.

O É só pra dar um toque, além da comunicação livre, pública e compartilhada, promove a literatura, artes plásticas, teatro de rua, teatro de bonecos, música popular, cinema, pesquisa, formação social. O prêmio é o reconhecimento nacional pelo trabalho desenvolvido pela FM Comunitária Solidariedade e o valor, R$ 50.000,00, será investido na continuidade das atividades da entidade. A Comunidade sobrevive de doações e incentivos à cultura por parte de empresas privadas e por companheiros que acreditam no trabalho já sedimentado, sensibilizados com o empenho de João Eudes em promover a cultura do nosso município.
Alguém sabe onde acontecem todos estes eventos em Macau?
Premiada pelo Ministério da Cultura, a FM Solidariedade realiza suas atividades na Avenida “A”, n.º 42, no Porto São Pedro, e, embora reconhecida como entidade de utilidade pública, e certificada pelo Ministério da Justiça, a Comunidade Norte Rio-grandense em Defesa da Cidadania ainda sofre ações repressivas contra o seu funcionamento. Recentemente, teve mais uma vez, todo o equipamento de rádio apreendido pela Polícia Federal por causa de denúncias contra as rádios comunitárias. Em tempo: a Rádio FM Solidariedade não tem fins lucrativos e/ou comerciais, promove a cultura do município, presta serviços de utilidade pública não só para a comunidade, mas para órgãos públicos notoriamente reconhecidos como o Ministério Público, o Tribunal Regional Eleitoral, a DIRED, Secretarias Municipais.
Entretanto, contra tudo e contra todos que não querem reconhecer o direito da livre expressão e da informação honesta para a comunidade, a luta continua. Segundo João Eudes, no período de 03 a 05 de novembro próximo, a Comunidade estará promovendo, dentro das comemorações alusivas aos Dias Nacionais da Cultura, do Cinema e do Urbanismo, uma série de ações culturais, dentre elas, o I Festival de Literatura Infanto-Juvenil, a partir das 16h, em frente à sede da Comunidade, onde serão distribuídos 300 livros infantis. Também serão lançados neste período dois livros do escritor Cláudio Guerra, “Mulheres Ciumentas e outros contos” e “Marinheiro Só”. Vale a pena conferir e levar os nossos alunos.

Diante do reconhecimento nacional do trabalho de João Eudes frente à CNRDC, algumas perguntas são inevitáveis: onde estão os órgãos públicos municipais responsáveis pela promoção da Cultura na nossa cidade? Que fim levou o Teatro Hianto de Almeida? O que anda fazendo a Fundação Municipal de Cultura, sob o comando do seu presidente, senhor Francisco Gaspar da Silva Paraíba Cabral? Em que estão sendo aplicados os recursos federais destinados para a área cultural do município? Alguém sabe de alguma ação realizada pela secretaria de Cultura, além das viagens do próprio presidente e alguns assessores da Prefeitura Municipal de Macau para eventos turísticos nacionais? Recursos para isso, todos nós sabemos que a Prefeitura tem. Não tem havido, a bem da verdade, planejamento a partir de uma política pública voltada para a cultura, e muito menos compromisso político. Sobra incompetência.
Macau não pode se resumir culturalmente ao axé carnavalesco, forrós pornográficos, a onda gospel, ou a caquéticos Jardins de Infância ou Equipicão.  A Cultura nossa é muito maior que estes senhores que a comandam. A Casa de Cultura Popular, sustentada pelo poder público estadual, está fechada desde quase a sua inauguração. Encontra-se abandonada, saqueada, em ruínas, entregue às moscas, servindo como prostíbulo e local para o consumo de drogas.
Este quadro retrata o descaso dos órgãos públicos de Cultura em Macau, revelando a incompetência e a falta de transparência com os recursos públicos. Simples assim!
A Comunidade Norte Rio-grandense em Defesa da Cidadania não tem recursos próprios. Sobrevive de doações, e do patrocínio de pessoas que acreditam no incansável trabalho de João Eudes Gomes que, na sua constante teimosia, há mais de duas décadas transformou-se na única referência concreta, e atuante na área na cultura para o povo macauense. Macau hoje está inserida, pelo trabalho incansável de João Eudes, no mapa nacional da cultura popular e comunitária! Devemos a ele o nosso reconhecimento.

Um comentário:

  1. Já diz o Caetano Veloso: Indecente é está despido de "CULTURA". De cultura, o nosso João Eudes entende muito bem! Pena que vivemos numa cidade em que a principal cultura é a compra de votos onde notoriamente reluz a PROSTITUIÇÃO, CORRUPÇÃO, VÍCIOS DE DROGAS, ANALFABETISMO, DESCASO DE JUSTIÇA E OUTRA MASELAS empreguinadas na NOSSA CIDADE TÃO RICA MAS, TÃO SOFRIDA. Parabéns João Eudes. Que Macau Macau tivesse ns João Eudes, Nazarenos, Sávios e tantas gentes boas...

    ResponderExcluir