Educação. Sete anos de atraso
A Lei de Diretrizes e Base da educação nacional determina, entra tantas outras orientações, uma carga horária de 800 horas distribuídas em 200 dias de um ano letivo. Segundo o que determina a lei, esta é a quantidade de horas aulas necessárias para que o aluno, dentro da grade curricular, obtenha os conhecimentos necessários de acordo com cada nível de ensino. Estados e municípios devem seguir este preceito de maneira que venham a atender ao estudante da rede pública o direito fundamental ao conhecimento através da Escola. Sem falar nas outras condições necessárias para isto...
Restos de antena parabólica na EM Padre João Penha Filho |
Nos últimos sete anos isto não vem sendo observado na rede pública municipal de Macau-RN. A secretaria municipal da Educação de Macau, órgão responsável pelo cumprimento da política pública de Educação do Palácio João Melo, ocupado nos últimos sete anos pelo senhor Flávio Vieira Veras (PMDB), não tem logrado êxito nos objetivos propostos pela LDB.
A politica da Educação do município de Macau, nestes sete anos da administração Flávio Veras, ao invés de apontar caminhos para o desenvolvimento da cidade, carrega a marca da desorganização, falta de planejamento estratégico, e, perversamente, do descaso com a educação dos milhares de alunos das escolas municipais.
EM Padre João Penha: pátio sem alunos . Ano letivo mais uma vez comprometido por causa do atraso |
Retrata este caos o fato repetitivo e perverso para os alunos filhos de pais e mães trabalhadores o atraso com que se inicia o ano letivo. Sete anos de administração, sete anos de perda, sete anos de promessas, sete anos de descaso, sete anos de propaganda enganosa. Feridas que não serão sanadas pela população durante muitos anos.
A administração da Educação de Macau nos últimos sete anos, pautada pela propaganda enganosa e megalomaníaca, está negativamente marcada pela forma perversa que o prefeito da cidade vê a questão. Infraestrutura da rede escolar inadequada, péssimas condições de trabalho para funcionários e professores, assim como para os alunos, obrigados a se submeterem a situações de desconforto, falta de material nas escolas, creches funcionando em prédios residenciais, transporte escolar sem a estrutura adequada é o retrato vergonhoso e triste dos piores anos da educação do município de Macau em toda a sua história.
Creche São Francisco. colchonetes das crianças retratam o abandono |
A cada um dos sete anos da sua administração o prefeito de Macau prometeu, repetindo promessas, melhorias de condições de trabalho, valorização dos professores, e investimento na área da educação. Sete anos de promessa. Prometeu ônibus circulares para transportar alunos que moram distante das unidades escolares em que são matriculados; prometeu instalar em todas as escolas laboratórios de informática conectados à Internet; prometeu cumprir a Lei que trata da remuneração dos professores; prometeu climatizar todas as salas de aulas; prometeu fazer concurso público para preenchimento de vagas; prometeu gratificações aos diretores das escolas; prometeu a criação de uma olimpíada escolar anual; prometeu a construção de creches para atendimento das crianças; prometeu a construção de quadras poliesportivas nas escolas de maior porte; prometeu às creches a aquisição de parques infantis para substituir os parques de madeira; prometeu a eleição direta para a escolha dos diretores escolares; prometeu a construção de um complexo educacional. Macau, como prometeu vosso prefeito, Macau...
Sete anos de promessa que se configuram, para tristeza e revolta do povo macauense, em um atraso que levará muito tempo para ser minimamente recuperado. Sete anos de descompromisso com uma população acolhedora, e que vem sendo obrigada a comer o pão que o Diabo amassou...
EM Maura de Medeiros Bezerra - COHAB: não teria cadeiras, hoje, se o ano letivo tivesse começado. |
2011, apontado com pompa e circunstância, como sendo o ano da Educação de Macau marcou de forma vergonhosa a administração do prefeito municipal. O ano letivo de 2011 começou com um atraso de cerca de 30 dias e, na esteira de desorganização e falta de compromisso, obrigou cerca de 4.500 alunos a frequentarem as aulas sem a merenda escolar nos primeiros seis meses. Em 2011, crianças e adolescentes corriam o risco diário ao utilizarem os veículos que serviam como transporte escolar, chegando, em algumas ocasiões a terem que, literalmente, empurrar os velhos ônibus para tirá-los do prego. Alunos ficaram, em algumas escolas, sem professores de disciplinas específicas o ano inteiro. Noutras escolas os alunos não merendavam porque não havia merendeira para o preparo da merenda. Faltou material de expediente e de limpeza na grande maioria das escolas..., embora o prefeito tenha propagandeado que 2011 seria o ano da Educação de Macau; foi um desastre.
O Magistério municipal de Macau em evento histórico, protesta contra o caos na educação. |
Desastre que, pelas circunstâncias de 2012, e pela falta de planejamento e de compromisso com a comunidade macauense, começa novamente a se configurar, agora com mais intensidade...
Aqui um parágrafo dedicado àqueles que concordam e aplaudem, lacaios e subservientes que são, com as bravatas do prefeito e se deixam iludir pelas bem pintadas faixadas das nossas escolas, e um lembrete: atrevam-se a visitar os ambientes internos das nossas escolas e verão que não vale a pena a crença depositada na propaganda que repete à exaustão que Macau está melhor; nossa educação nunca atravessou período tão nefasto.
2011. Uma faixa como política de valorização dos professores de Macau. |
As escolas da rede estadual iniciaram o ano letivo de 2012, apesar das dificuldades, na última segunda-feira 5 de março. Neste momento, nas escolas Clara Tetéo, Maria de Lourdes Bezerra, José Olavo, Donana Avelino e Duque de Caxias, centenas de meninos e meninas estão nas salas de aula com os seus professores.
Os alunos matriculados nas escolas municipais Edinor Avelino, Padre João Penha, Joana Sampaio, Alferes Cassiano, Luzia Bonifácio, Salete Martins, José Ribeiro da Costa, Manoel Francisco da Cunha, e as crianças matriculadas nas creches sob a responsabilidade do prefeito de Macau estão sendo prejudicadas de forma perversa por uma administração que não planeja e não vê com bons olhos a educação dos seus munícipes. Não se sabe com certeza quando o ano letivo de 2012 começará nestas escolas.
Sete anos de atraso, sete anos de perdas irreparáveis para os cidadãos e cidadãs macauenses que um dia, há sete anos, acreditaram nas palavras e promessas do atual prefeito de Macau. Macau sofre pela escolha malfeita e purgará por muito tempo as chagas que infringem atraso e abandono na vida de cada filho seu. Macau não é apenas e tão somente Carnaval.
Errar é humano. O seu povo sabe disso muito bem. E não quer continuar com o erro e o atraso.
Contra o atraso, professores e professores na defesa da Educação de Macau. Sem perder, jamais, a ternura! |
O que precisa para se fazer uma mega reportagem na INTERTV sobre a EDUCAÇÂO de Macau? Temos todo um amparato para fazer isso, por que não fazemos?
ResponderExcluirE ainda tem muitas outras coisas a se fazer:
-Demolição do Hospital é um dos muitos motivos para se fazer uma reportagem. Não divulgue , é sugestão!
Por favor Sindicato:
ResponderExcluir- Divulguem na comunidade esse descaso, pois os pais e a população no todo não está nem aí, inclusive depois da esmola (Feira Pedagógica). Pois sabem muito bem que na primeira oportunidade o FLÁVIO vai dizer que o grande culpado de não ter começado as aulas em Macau é dos professores que são irresponsáveis e o próprio sindicato e ainda faz uma campanha para pisotear a categoria, ou agimos agora ou nós é que seremos culpados e com toda razão para o PREFEITO. Por favro cuidemos logo. Não esperem pela justiça que isso é como as leis educacionais: UTOPIA. dIVULGUEM: Chico de Paula, Rádio, TV e carrinhos. Divulgue!!!!
Você sabia: Macau é a única cidade do Brasil que as aulas do município não começou? Que Macau é a única cidade do RN que não paga o PISO dos peofessores determinado pelo governo federal mesmo existino o dinheiro?
ResponderExcluirProfessores vão parar três dias por cumprimento do piso
ResponderExcluirParalisação está prevista para semana que vem. Nove Estados ainda não pagam a remuneração inicial de R$ 1.451
Agência Brasil | 08/03/2012 10:08
• Próxima notícia Professores vão parar três dias por cumprimento do piso
Na próxima semana, professores de todo o País planejam uma paralisação de três dias para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério. A lei que instituiu uma remuneração mínima para profissionais da rede pública foi aprovada em 2008, mas ainda hoje causa polêmica. Estados e municípios alegam não ter recursos para pagar o piso, especialmente agora que o Ministério da Educação (MEC) anunciou o valor para 2012 – R$ 1.451 - , com um reajuste de 22%.
Leia mais sobre o piso
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A categoria irá cruzar os braços entre os dias 13 e 16 de março (de quarta a sexta-feira). Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, o fato de alguns Estados ainda não cumprirem a lei reforça a necessidade de um “movimento forte” por parte da categoria para reivindicar melhorias na remuneração.
“Eles [gestores públicos] entendem que a lei precisa ser cumprida a partir do enfrentamento, da mobilização. Chega de brincar que estão valorizando o professor”, reclama Leão.
Nos Estados e municípios em que a Lei do Piso já é cumprida, o presidente da CNTE avalia que a mobilização deverá ser menos intensa, com foco nas reivindicações locais, inclusive a construção de planos de carreira. “Nosso intuito não é a paralisação pela paralisação, mas onde houver necessidade”, explicou. As atividades são organizadas pelos sindicatos locais e incluirão manifestações nas sedes dos governos, passeatas e outros atos públicos.
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