Dignidade na luta

23 de Novembro de 2011

Parada Municipal!

“Apesar de deles, amanhã há de ser outro dia...”




Manifestação em nome da dignidade e do direito

As ameaças do prefeito Flávio Veras não surtiram efeito, nem intimidaram. E muito menos a vergonhosa subserviência de diretores e diretoras, que chegaram, inclusive, a pedir à professoras que não participassem das paralisações. Os professores e professoras de Macau-RN uma vez mais saíram às ruas da cidade para protestarem contra a política de atraso e desrespeito na educação do município de Macau.

A Parada Municipal dos Profissionais do Magistério, nesta quarta 23, que vem acontecendo a cerca de oito meses, começou no auditório do Porto de Ama, com a aprovação pela categoria da manutenção das paradas de protesto contra a gestão do município e promoveu uma caminhando pelas ruas mais movimentadas do centro da cidade, finalizando na Escola Estadual Clara Tetéo, no Porto de São Pedro

Truculência e autoritarismo. Na falta do diálogo e do cumprimento da lei, resta a truculência. Sem planejamento na gestão, restou ao prefeito a truculência. Reuniu, na última segunda 21, para anuncia um Plano de Incentivo para os diretores e diretoras, e que baixará portaria determinando o corte do ponto dos professores e professoras que participarem das paradas realizadas pela representação sindical da categoria, constrangendo ainda diretores e diretoras quando exigiu que cada presente “vestindo a camisa dele, o defendesse”. Não é pedir demais? Em face da omissão e da subserviência de diretores e diretoras, resta a conclusão que “vestir camisa” não confere dignidade, nem tampouco o direito ao respeito que todos deveriam se dar.

Desvalorização. O Plano de Incentivo, como assim disse o prefeito, consiste em duas etapas. A primeira, vai “premiar”, de acordo com a quantidade de alunos em sala de aula, cada diretor com 1 real se a escola funcionar plenamente! A segunda etapa, “premiará” com 2 (dois) reais o diretor que conseguir fazer economia de gastos! Imperiosa a pergunta: numa gestão centralizada na pessoa toda poderosa do prefeito Flávio Veras, é possível, senhores diretores e diretoras, sonhar com tal plenitude?

Humilhação. É uma proposta que inicialmente provoca o riso imediato. Sinalizando humilhação e a inteira subserviência. Indecente, indecorosa, e humilhante quando se leva em consideração que o cargo de Direção de escola, por lei municipal, tem direito a uma gratificação correspondente ao número de alunos matriculados. Diante da apatia de todos os diretores e diretoras, o prefeito afrontou, além da dignidade, a inteligência de cada um.

Indefensável. Como defender um gestor que este ano deixou cerca de 4.500 estudantes sem merenda durante todo o primeiro semestre, que ainda hoje crianças de creches são dispensadas por falta de pessoas para fazer a merenda, que estudantes da escola Luzia Bonifácio não tiveram nenhuma aula de Língua Estrangeira nem Ensino Religioso? Como defender um gestor que não paga a  gratificação de direção?

Esmolas. Senhor diretor, senhora diretora, desrespeitado na sua dignidade, tratado como fantoche, responsabilizado pelo caos que se instalou na nossa educação, resta outra pergunta: como vestir a camisa e defender um gestor que, esquivando-se do Direito, lhes oferece migalhas?

Difícil é acreditar que ainda há diretoras e diretores que não concordam com a luta do sindicato...